Atletas paraolímpicos no dia a dia

Os atletas paraolímpicos brasileiros, heróis em Pequim, estão todos de volta ao Brasil e às dificuldades enfrentadas pelos deficientes físicos no nosso país.



A cadeira de rodas pena na calçada de Curitiba. É o caminho diário de Luis Algacir, o medalha de prata no tênis de mesa nas Paraolimpíadas de Pequim. Depois do treino, ele ainda enfrenta um teste de paciência. “Eu andando aqui já vi que se eu não empinar a cadeira direitinho, posso cair e machucar o braço. É complicado”, alerta Algacir.


Ritmo lento por causa dos obstáculos. Ádria Santos é corredora, mas, em Joinville, Santa Catarina, nem pensar em velocidade. “Eu, que já viajei muito para a Europa e para vários países, as universidades menores que Joinville são completamente adaptadas”, conta Ádria.

No Brasil, 25 milhões de pessoas têm alguma deficiência e muitos problemas em comum. Semáforo sem sinal sonoro, para indicar aos cegos quando é hora de atravessar. Na lanchonete, o cardápio não adianta muito.


Em Pequim, Daniel Dias ganhou nove medalhas. O nadador se vira bem no interior de São Paulo. Pelas ruas de Bragança Paulista, ele dirige o próprio carro, que tem apenas uma pequena adaptação no acelerador.


Mesmo com essa mobilidade toda, a vida de Daniel, não é mais fácil que a de outros deficientes físicos. Ele também encontra obstáculos pelo caminho. Alguns bem grandes.


Na faculdade em que ele cursa educação física, são muitas escadas. Para o nadador-campeão, chegar à sala de aula é quase um treino. “Tem muitas escadas. Eu não vou nem contar para não desanimar. Também falei que não desisto do curso por causa das escadas”, ele brinca.




Fonte - Rede Globo- jornal nacional